Clarice Lispector
Foi lendo o blog do Alessandro Martins que consegui ver a entrevista que a Clarice Lispector concedeu à TV Cultura em 1977. Em um dado momento, o Júlio Lerner fica meio aflito já que as respostas são curtas e secas. Mas ela já tinha dado o sinal durante a entrevista:
Júlio Lerner: – Qual o papel do escritor, hoje em dia?
Clarice lispector: – De falar menos possÃvel.
E ela falava pouco. Mas conseguia escrever como ninguém.
Foram poucos os livros que li completamente, apesar de ter começado a ler quase todos. Acho que, por ter escolhido a ler primeiramente “Um sopro de vida” – um livro editado postumamente mas escrito na época em que ela estava brigando com o câncer que acabou tirando-lhe a vida – que escrito de uma forma visceral, arrancou-me todas as forças para lê-lo. Os outros livros não conseguiam convencer-me a entregar minhas forças novamente, exceto o seu “A descoberta do mundo“: uma coletânea de crônicas que foram publicadas no Jornal do Brasil.
Para quem não está habituado a ler, explico. Esta entrega é como a entrega ao amor, em que você confia cegamente no outro para andar pelos caminhos da vida. Com uma só diferença: você sabe quantas páginas o livro tem. E quando vai chegando perto do final, vai tendo aquele sentimento de perda e começa ler cada página como se fosse a última, um pouco a cada dia, para que ele não termine nunca.
Mas isto foi há décadas atrás.
Acho que agora dá para arriscar…
Ei, obrigado pela referência. Espero em breve poder retribuir. De qualquer forma, o seu link deve ter sido registrado na minha barra lateral.
Porém, apesar de eu acompanhá-lo pelo feed, se houver alguma oportunidade em que eu possa retribuir textualmente e, por acaso, eu tenha deixado passar, não deixe de me avisar…
Abraços!
Engraçado falar de Clarice Lispector e demonstrar sentimento parecido com o expresso por ela no livro: Felicidade Clandestina.
Explico-me, a história versa sobre o empréstimo de um livro e o sentimento de perda/posse de o ter sempre consigo.