30 abr 2007 - Egotrip    2 Comentários

Os filmes que eu amo…

Some Like It Hot

Eu já assisti a um montão de filmes em minha vida. Na minha adolescência tardia, lá pelos 20 e tantos anos, havia dias em que eu via 4 a 5 filmes seguidamente, só dando uma pausa ou outra para uns goles de cerveja.

Destes filmes todos, só os que me vem à lembrança são o Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot) e o Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters). Mas, só dois? Talvez, fazendo algum esforço maior, eu venha a me lembrar de mais algum… agora, enquanto escrevo estas palavras, são só estes que me vem à memória.

As razões para isto são as mais estranhas… Ou nem tanto.

Hannah e Suas Irmãs

Naquela época, em que eu “queria provar para todo mundo que eu não precisava provar nada prá ninguém“, vivia em uma constante depressão. Mais ou menos, como o personagem do Woody Allen quando ele percebe que a vida não tem sentido. E no instante em que ele quase tira a sua própria vida, ele caminha até à exaustão e vai parar num cinema. Lá, assistindo a um filme – acho que era Uma Noite na Ópera – com os irmãos Marx, percebe que mesmo a vida não tendo sentido, é só a que temos. Uma quase redenção.

A maioria das pessoas assistem ao filme Quanto Mais Quente Melhor por causa da Marilyn Monroe. E não poderia ser diferente, pois sob a direção do Billy Wyder ela se supera. Mas eu gosto deste filme principalmente porque ele é quase uma revelação para mim: a de que ninguém é perfeito.

Pode parecer óbvio para quase todos que não há perfeição no mundo, mas a constante busca para atingi-la é uma coisa que parece ocupar muita gente. E era isto o que me afligia. E não conseguindo, a culpa que eu sentia era tremenda. Um fardo que chegou a ser insustentável por muitas vezes e a salvação era sempre uma caminhada resultando na ida para o cinema.


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29 abr 2007 - Amor    Comentários desativados em Começando…

Começando…

Pablo Neruda e Matilde Urrutia

Para iniciar este blog, uma homenagem realmente vem bem a calhar. Primeiramente à Nalu que muito me incentivou ao processo de blogagem. A outra, vai ao Pablo Neruda que em sua dedicatória a Matilde Urrutia no livro “Cem Sonetos de Amor” expressam exatamente o que eu quero expressar à minha amada esposa.

Ele diz assim:


Senhora minha muito amada, grande padecimento tive ao escrever-te estes malchamados sonetos e bastante me doeram e custaram, mas a alegria de oferecê-los a ti é maior que uma campina. Ao propô-lo bem sabia que ao costado de cada um, por afeição eletiva e elegância, os poetas de todo tempo alinharam rimas que soaram como prataria, cristal ou canhonaço. Eu, com muita humildade, fiz estes sonetos de madeira, dei-lhes o som desta opaca e pura substância e assim devem alcançar teus ouvidos. Tu e eu caminhando por bosques e areais, por lagos perdidos, por cinzentas latitudes recolhemos fragmentos de pau duro, de lenhos submetidos ao vaivém da água e da intempérie. De tais suavíssimos vestígios construí com machado, faca, canivete estes madeirames de amor e edifiquei pequenas casas de quatorze tábuas para que nelas vivam teus olhos que adoro e canto. Assim estabelecidas minhas razões de amor te entrego esta centúria: sonetos de madeira que só se levantaram porque lhes deste vida.

Te amo, Nalu…


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